sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Montevidéu e suas adoráveis casas

Montevidéu é uma cidade de casas. Muitas casas. Para os brasileiros que vivem teoricamente em “grandes cidades” é de se estranhar como grande parte da capital uruguaia tem edificações visualmente mais horizontais. Ressalvando bairros com características mais verticalizadas, como Pocitos e a Ciudad Vieja, quando você deixa o aeroporto de Carrasco percorre minutos magistrais apreciando uma arquitetura eclética pelas ramblas (assim como são chamados os nossos brasileiros “calçadões” das praias) uruguaias.


Quando realizava um city tour em um ônibus turístico que percorria os principais pontos da cidade recebi a informação de que Montevidéu é reconhecida como uma das mais importantes cidades do mundo de arquitetura eclética. Ou seja, que reúne construções modernas convivendo harmonicamente com edifícios históricos e mais antigos. Pasmem! Além de Montevidéu, apenas Nova Iorque tem esse título.

Muito charmosa essa casinha uruguaia! Poderíamos ter mais aqui.

Nela não é tão evidente a descaracterização dos prédios mais antigos, comum em algumas cidades brasileiras, como Fortaleza, e é mais fácil respirar ares de um lugar com ares de anos 70. A população pequena e pacata faz com que essas características se acentuem e deem uma aura de prazer constante até nos pequenos passeios.


A maioria das casas apresentam características da arquitetura moderna praticada em meados do século XX. Com dois pavimentos e horizontais. Jardins com muros baixos e possibilidade de áreas externas para atividades de lazer, que naturalmente diminuem durante o inverno onde as temperaturas da capital Uruguai caem aos números negativos.


Como já era de se esperar, bairros mais nobres como Carrasco, onde estão a maior parte das embaixadas estrangeiras e um lindo cassino, requintam uma vida classe média-alta talvez registrada no auge dos anos 1940 e 1950 no Rio de Janeiro por conta de suas casas. Lá ainda se pode caminhar lentamente e comprar um jornal na esquina (ou então uma joia em uma store de grife). A arquitetura aproxima os que ali estão e o sentimento de comunidade parece maior.

Essa outra tem um quê mais colonial. Lembra um pouco das primeiras casas do Wright

O paisagismo das residências é coerente com a proposta. Parece ser habitual dos uruguaios preservarem seus jardins em ótimo estado.


Enfim, as casas de Montevidéu e, por que não dizer, do Uruguai, revelam um dos aspectos arquitetônicos e sociais mais marcantes daquele país. Cada casa resgata uma família. Uma memória. Não seria incomum demais em dizer que cada uma daquelas residências tem uma peculiaridade tão própria que poderia ser reconhecida apenas por um nome. Aaah, mas isso é pauta para outra experiência arquitetônica no Uruguai...

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